terça-feira, 9 de agosto de 2011

ZÉ CELSO COMEMORA 50 ANOS DO TEATRO OFICINA COM UMA NOVA PEÇA


Teatro

Zé Celso celebra 50 anos do Oficina com nova peça

Publicado em 08.08.2011, às 18h44

Toda macumba tem um motivo, ensina José Celso Martinez Corrêa. Diz a tradição que o ritual está sempre ligado a um desejo não realizado. A algum presente que se quer ganhar. "Macumba Antropófaga", espetáculo que entra em cartaz no dia 16, cumpre exatamente essa função. Comemora os 50 anos do Teatro Oficina. Mas serve, sobretudo, para lembrar tudo aquilo que o grupo ainda quer conquistar.

Não basta ter revolucionado os rumos do teatro brasileiro. Para sua festa ser completa, o Oficina quer mais. Já planeja um novo espetáculo, baseado em Bertolt Brecht. Lança os DVDs de suas últimas montagens. Tem dois livros no prelo para comemorar o aniversário. E continua de olho no terreno do vizinho.

"Com toda macumba você busca alguma coisa. A nossa é para conseguir o nosso teatro estádio. É um projeto que não é para mim. Eu tenho 74 anos. É algo que me transcende, é para a cidade. É para o processo de revitalização do Bexiga", comenta Zé Celso, diretor que foi um dos fundadores do Oficina, ao lado de Renato Borghi e Amir Haddad. Em 1958, eles surgiram como grupo amador apresentando seu primeiro espetáculo. Três anos depois, em 16 de agosto de 1961, era o momento da profissionalização e da inauguração de sua primeira sede: um teatro na rua Jaceguai, no bairro da Bela Vista.

Arena - Transformar a área ao lado do Oficina em um "teatro estádio, nos moldes das arenas gregas, é um sonho antigo de Zé Celso Martinez. Há anos se arrastava a peleja com Silvio Santos, que pretendia erguer um shopping no local. A solução para o impasse, contudo, nunca pareceu estar tão próxima.

Agora, nas festividades de 50 anos do Oficina, o diretor só fala naquilo que chama de "troca entre terrenos". Na prática, o processo significa que o grupo Silvio Santos teria aceitado trocar o espaço que circunda o teatro - avaliado em R$ 33 milhões - por outro de igual valor em qualquer ponto da cidade. "Com a crise que está passando, ele se humanizou muito", diz Zé Celso sobre o outrora arqui-inimigo. "Nós nem imaginávamos que um dia fôssemos nos tornar amigos, falar no telefone."

A ideia também ganha força com a homologação do tombamento do edifício projetado por Lina Bo Bardi. Com a resolução, não é apenas o prédio que passa a ser considerado patrimônio histórico nacional. Todo o seu entorno também fica protegido. Só falta o Ministério da Cultura ou outra esfera pública encampar a causa de Zé Celso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


                                          Fonte: Agência Estado

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