quarta-feira, 29 de junho de 2011

TEATRO PARA A TERCEIRA IDADE, UMA ARTE QUE NÃO PODE PARAR

Espetáculos da memória:  
Oficina de teatro com idosos 
Autora: Beatriz Pinto Venancio.  
Doutorado em Teatro. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO, Brasil. 
Mestrado em Serviço Social. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC/RJ, Brasil 
Especialização em Arteterapia em educação e saúde. Universidade Cândido Mendes, UCAM, 
Brasil
Eixo temático: Redes, participação, inclusão e apoio em relação aos idosos 
Categoria: individual  
País: Brasil 
Não é necessário consultar a literatura especializada para perceber que investigações e estudos 
sobre velhice têm crescido nos últimos anos. Pelos meios de comunicação é possível tomar 
conhecimento do envelhecimento da população mundial e de suas importantes repercussões nos campos 
social e econômico.  
A moderna reflexão sobre velhice, nascida e elaborada nos países ricos e, posteriormente, 
estendida às outras nações, está relacionada aos problemas de aposentadoria e envelhecimento 
demográfico. Ou indo mais além, a gestão das idades e as relações entre gerações, nas sociedades 
contemporâneas desenvolvidas, foram radicalmente transformadas pelo efeito de vários fatores 
intimamente ligados: a economia de mercado, a proteção social e o aumento espetacular da duração 
média de vida (ATTIAS-DONFUT & ROSENMAYR, 1994:19-20). Para além dos problemas surgidos com 
a longevidade da população, o desenvolvimento no campo da gerontologia, propiciando estudos 
comparativos e pesquisas sobre a diversidade e relatividade das formas de envelhecimento, contribuiu 
para reforçar o debate.  
As Universidades e os projetos voltados para esta faixa etária têm colocado em pauta propostas 
inovadoras, promovendo a auto-estima dos idosos, lutando contra os preconceitos, incentivando a 
criação de conselhos e fóruns em nível municipal, estadual e federal para assessorar a administração 
pública. A Oficina de Teatro e Memória, coordenada por mim, insere-se neste contexto, propiciando a um 
grupo de idosos o repensar sobre suas vidas por meio da encenação de suas lembranças.  2
Há sete anos coordeno um grupo de teatro formado por sujeitos idosos, participantes de um 
Programa de Extensão da Universidade Federal Fluminense – UFF ESPAÇO AVANÇADO
1
. Além das 
lutas, reflexões e debates sobre a participação do idoso nesta sociedade tão desigual, a equipe do UFF 
ESPAÇO AVANÇADO, formada por docentes, discentes e profissionais de várias áreas, busca 
oportunizar experiências estéticas em diferentes linguagens, negadas anteriormente a estas pessoas, em 
um ambiente onde prevalece o respeito e a delicadeza.  
A dramatização de memórias ou de fragmentos de vida de pessoas comuns está presente em 
alguns trabalhos de teatro comunitário. No entanto, diferem em diversos aspectos da proposta 
desenvolvida por mim. Geralmente, as pessoas ou os idosos colaboram com lembranças ou fatos de 
suas vidas, mas não participam do espetáculo. O modo de contar ao público e a escolha da forma de 
representar cabem exclusivamente ao grupo com formação especializada. O meu percurso tomou uma 
outra direção.
O trabalho que desenvolvo com a linguagem teatral situa-se no terreno do trabalho social e do 
teatro comunitário. O grupo teatral “A cena é nossa”, nome escolhido pelo grupo, não tem a intenção de 
formar atores, mas sim utilizar o teatro como um recurso na compreensão das subjetividades dos idosos 
a partir da encenação de suas lembranças. 
Este processo, que deu origem a diferentes exercícios de registro dramatúrgico, tem apontado 
caminhos para a investigação e delineado o meu percurso pelos estudos de memória, teatro comunitário 
e a possibilidade da produção de uma dramaturgia breve de lembranças de pessoas comuns. O que 
denomino dramaturgia breve de lembranças refere-se ao produto de um trabalho coletivo com não-atores 
que, utilizando a linguagem teatral e recursos de escrita dramatúrgica, criaram um outro canal de 
comunicação para expressar as suas memórias.  
As oficinas são divididas em duas partes: uma, contemplando exercícios direcionados para o 
processo performativo, o jogo, a improvisação e suas regras; e outra, abarcando a construção do texto e 
a preparação do espetáculo. 
          
Foto 1 – Oficina 3
  Se no início, tinha abordagens previamente escolhidas para dar suporte às oficinas, a 
continuidade do trabalho, durante estes anos, foi apontando alguns limites destes métodos e exigindo a 
criação de uma maneira própria de trabalhar com aquele grupo. Comecei a modificar os jogos e 
exercícios, muitas vezes por impossibilidade física dos participantes ou por não despertarem o desejo de 
jogar.  
O interesse pelos relatos de memória e a perspectiva da criação de um arquivo que fosse 
utilizado nas oficinas, inicialmente como material de jogo e depois como conteúdo dos textos, foi 
ganhando terreno. Nesta perspectiva, os textos foram concebidos rigorosamente no processo de criação 
coletiva, com soluções cênicas surgidas das improvisações. A liberdade de apropriação do discurso 
sobre si mesmo e sobre o mundo, presentes nas improvisações, reconhecia aos participantes o direito de 
usar as palavras e o próprio corpo na forma que lhes convinha.  Mais do que oferecer uma formação 
teatral, convidei estas pessoas, através da dramatização, a lançar um novo olhar sobre si mesmo, sobre 
seu entorno e sua criação artística. No entanto, ao mesmo tempo, o jogo teatral ajudava no processo de 
desinibição, de liberação da ludicidade, capacitando este grupo de não-atores a mostrar algum 
desempenho em cena, evitando a simples animação do texto, procurando pensar por meio da linguagem 
teatral e inventando um sistema de atuação vinculado ao processo criativo. E, neste momento, o trabalho 
de elucidação dos signos teatrais iniciava, permitindo ao grupo nomeá-los, conhecê-los e escolhê-los, 
jogando com eles.  
Os jogos e exercícios são, portanto, provocadores da memória do grupo. Destas provocações 
surgem relatos de lembranças que são transcritos por mim, gravados ou ainda desenhados pelos autores 
em papéis dos mais diferentes formatos, pomposos, rasgados ao meio, mil vezes dobrados, colocados 
discretamente em minhas mãos. E neles encontramos a grande mesa de refeições, espaço para cenas 
que evocam antigas brincadeiras, modos e maneiras exigidos por uma educação rígida, momentos de 
encontros familiares. Os quintais espaçosos trazem, para nosso pequeno espaço, velhas árvores 
frondosas, embaixo das quais se sentavam as avós e construíam-se balanços. As idas e vindas aos 
quartos de infância, à rua, à escola transformam a memória em uma matéria elástica em que as 
reminiscências fragmentam-se em camadas superpostas, entrecruzadas, sem linearidade.  
Durante o primeiro ano de trabalho, os relatos orais sobre o passado foram matéria nas 
improvisações, revistas e refeitas nas oficinas até o surgimento do texto final. Uma parte do tempo era 
reservada para o que chamei de tempestade de lembranças. Sem tema ou cronologia, criávamos uma 
espécie de caos organizado. A desconstrução destas lembranças, utilizadas como pano de fundo dos 
jogos, permitiu trabalhar com a memória de maneira lúdica e criativa. Ao mesmo tempo, fomos 
organizando o roteiro que serviu de base para os ensaios. Como em um quebra-cabeça do tempo, os 
fragmentos de vida foram embaralhados e rearranjados, ganhando um sentido. Nos ensaios, a repetição 
de alguns relatos que haviam surgido, inicialmente, na forma de desabafo emocionado, permitiu um 4
distanciamento do passado. Tristezas de umas ditas pela boca de outras foram adquirindo um tom 
cômico e debochado.  
Foto 2 - Espetáculo “Que Deus o tenha!” 
O texto, reorganizado e recriado incansavelmente nos quatro meses de ensaios, incorporou as 
contribuições individuais, como gestos, achados sonoros e ironias, relativizando a dor de outrora e 
trazendo o passado à cena, como um desejo de desforra. Cenas, aparentemente soltas no tempo, foram 
construindo um documentário de vida das mulheres, maioria no grupo, que, corajosamente, revelaram 
seus casamentos imperfeitos, apresentado no espetáculo “Que Deus o tenha!”  
No segundo ano da Oficina, optei pela utilização do teatro-imagem, técnica de Augusto Boal
2
. O 
primeiro tema escolhido foi “família”. Foram criadas inúmeras imagens de família, revelando a diversidade 
de concepções de família, as transformações bruscas, muitas vezes ainda não assimiladas, as 
contradições nas escolhas entre as conquistas femininas e uma nostalgia da estabilidade. O segundo 
tema foi sobre o sonho profissional, o sonho não realizado. As imagens mostraram o desejo por 
profissões ligadas às artes e à comunicação (bailarina, jornalista, fotógrafa, cantora, pianista, dançarina 
de salão, atriz), enfim uma vida de exposição, indo de encontro ao mundo doméstico e recluso em que a 
maioria viveu. Quando pedimos a construção da imagem das imagens, a escolha recaiu sobre a profissão 
de atriz.  
   
Foto 3 – Exercício imagens de família  
 O texto foi, então, fruto da experiência com as imagens criadas. A memória, neste momento, 
esteve presente nas imagens e nos relatos orais provocados pelas próprias imagens. Foi organizado um 
roteiro, a partir das improvisações, com a introdução de uma personagem principal, uma jovem dos anos 
40, composta de múltiplos traços de cada uma delas. Seria ela a narradora de sua própria vida que 5
estaria dentro e fora da cena, contando a história de tantas outras moças que desejavam viver um mundo 
considerado como ambiente de glamour e fama, mostrada no espetáculo “O sonho de Glorinha”.  
No terceiro ano decidi tentar outro caminho. Já havíamos experimentado o relato oral e a criação 
de imagens, transformando lembranças em imagens, imagens em mais lembranças, memória em ficção. 
Resolvemos trabalhar com pequenos textos de memórias escritas.  
Foto 4 – Colagem com alguns textos escritos pelos participantes do grupo 
Com o conjunto de textos fomos costurando uma temporalidade que abrigasse uma vida inteira. 
Ao misturar pedaços multiformes de vida, dispersos no tempo, para formar uma única existência, 
embaralhamos histórias e construímos, mais uma vez, um texto coletivo. Os fragmentos cênicos uniramse não exatamente pela ação, mas por um eu central, um narrador de vários rostos que invadiu o palco 
para contar a sua vida de uma forma épico-lírica no espetáculo “Monólogos de muitas vidas”.  
  
Foto 5 - Espetáculo “Monólogos de muitas vidas”  
O quarto espetáculo, “Nós no tempo” reuniu lembranças da infância, da vida escolar e de 
momentos atuais, denunciando, com humor e ironia, os preconceitos e discriminações vividos pela 
pessoa idosa.   6
Foto 6 – Espetáculo “Nós no tempo” 
O quinto espetáculo “Um boteco e sua história” trata dos acontecimentos políticos e culturais dos 
anos 60 e 70 e suas repercussões na vida das pessoas do grupo. O que estavam fazendo no momento 
do golpe de 64, dos festivais da Record, da conquista do tetra na copa do mundo? Em um cenário de bar, 
as histórias se cruzam e se misturam ao som de músicas da época cantadas pelos próprios atores.  
         
Foto 7 – Espetáculo “Um boteco e suas histórias” 
  
Nos dois últimos anos de trabalho, temos recolhido a história de vida dos participantes. Este 
arquivo está sendo construído com entrevistas gravadas com a história completa de cada sujeito. Ao 
final, peço que o próprio entrevistado selecione acontecimentos que gostaria de levar para as oficinas, 
como material para improvisações e construção do espetáculo. ANDANÇAS DE UM VIAJANTE, o último 
espetáculo, foi baseado na vida de um senhor que, por motivos de trabalho, viajou pelo interior do país, 
vivendo situações inusitadas. Neste processo de trabalho, a história de vida é compartilhada com o grupo 
para que todos conheçam o contexto e se aproximem daquela existência narrada. O entrevistado revela 
para o grupo os acontecimentos destacados por ele e, então, iniciamos os exercícios de oficina. 
Unindo narração e contação, representação, música e trabalho corporal surgiu, enfim, o 
espetáculo ANDANÇAS DE UM VIAJANTE que, ao mesmo tempo conta a história de uma pessoa, 
comunica lembranças e brinca com a memória, mostrando, ao final, além da versão do autor da 
lembrança, uma “versão popular” de sua própria história, em forma de cordel. Como narradores e 
contadores de outros tempos, mostramos como bebemos na fonte de nossas próprias experiências ou de 
aventuras dos outros, transmitidas de boca em boca, para criarmos uma história de vida que é quase 
nossa e nunca exclusivamente nossa. 7
As apresentações nem sempre acontecem em espaços convencionais. Quando temos a 
oportunidade de estar em um teatro, é possível a utilização de recursos de iluminação e de um arranjo 
melhor no cenário. No entanto, vários são os convites para nos apresentarmos em salões, auditórios, 
lonas, shoppings e ambientes improvisados. 
          
Foto 8 - Apresentação numa lona de circo 
Foto 9 - Apresentação na praça de alimentação de um Shopping Center 
Foto 10 - Apresentação no Teatro Municipal de Niterói 
No palco, tablado ou simplesmente na frente ou no meio de uma platéia atenta e participante, 
utilizamos mesas e cadeiras, objetos fáceis de serem encontrados em qualquer lugar. O que interessa, 
particularmente, é a possibilidade de partilhar o longo trabalho de criação dos espetáculos. E em cada 
uma destas montagens habita um minucioso trabalho de relembrar e criar, de pensar sobre si mesmo e 8
representar, sem provocar um afastamento entre os dois atos. E neste gesto generoso de oferecer suas 
lembranças em forma de arte, uma relação de cumplicidade se estabelece entre o grupo e a platéia que 
nos assiste.  
Apesar do jeito ainda amador de representar e da dramaturgia em estado quase bruto, 
características da ausência de formação especializada, o grupo cria um diálogo íntimo com a platéia. 
A platéia que nos acompanha é formada, em sua maioria, por outros sujeitos idosos, 
freqüentadores de grupos de convivência (promovidos pelo SESC ou Prefeitura Municipal de Niterói). 
Presentes, também, sempre estão os parentes próximos das participantes do grupo, filhos, netos, 
bisnetos, sobrinhos, além de amigos e pessoas da vizinhança. Três ou quatro gerações que se 
encontram para assistir a narração teatralizada de lembranças de velhos sujeitos. O conjunto destas 
reminiscências torna-se uma memória-diálogo, provocando e fazendo reascender outras histórias 
semelhantes, vividas num mesmo tempo e espaço por seus contemporâneos. Falando a mesma 
linguagem dos que estão assistindo, usando os recursos que conhecem, o grupo chega muito perto do 
público, fazendo-o se sentir em casa.  
Foto 11 – Platéia do Teatro Municipal de Niterói 
A recepção dos espetáculos revela, em alguns momentos, uma relação catártica com o público, 
fazendo-o se identificar e se emocionar com o que assiste. Por outro lado, faz renascer, junto com a 
platéia, a memória atualizada de vivências de uma geração. Além disso, cria, talvez de um modo 
enviesado, um tipo de intermezzo no que alguns sociólogos denominam de “memória comum
3
”.  
Esta “memória comum”, formada a partir de um bombardeamento de informações veiculadas 
pelos meios de comunicação de massa, é caracterizada pela passividade generalizada dos indivíduos 
que a recebem, sem tempo suficiente para digeri-la, sem a oportunidade de associar o vivido e a 
memória representada, como se estivessem diante de um contínuo atualizador de imagens. O massacre 
de informações novas, ininterruptamente, provoca uma “memória saturada”, conforme assinalou Régine 
Robin. Saturação por uma colocação entre parênteses de um passado próximo, mas não pensado, não 
criticado, não decantado. Uma indiferenciação dos acontecimentos, uma ausência de triagem, uma 9
banalização da memória e, ao mesmo tempo, uma necessidade de estocar, arquivar
4
. Todos os 
acontecimentos mundiais são transmitidos, simultaneamente, pela televisão, pela Internet ou por outros 
meios de comunicação. Com a espetacularização dos fatos, a mídia faz com que o público seja atingido 
em suas emoções, sem tempo hábil para articular a significação afetiva e intelectual. 
Contando histórias de suas histórias, nosso grupo tem convidado a platéia que nos assiste a se 
emocionar e, ao mesmo tempo, a pensar sobre suas vidas inscritas por costumes e hábitos de uma 
época determinada.   
Reagindo aos estigmas da velhice, criou um outro canal de expressão para suas lembranças, 
abrindo novas vias de comunicação entre gerações e inventou uma maneira peculiar de falar sobre o 
passado.   
Por fim, o grupo ainda aceitou um outro desafio. Participou e vem participando, pois a oficina 
continua, da busca de novas possibilidades para as pesquisas de registro de memórias e de teatro com 
não-atores, ampliando os debates nestas áreas do conhecimento. Enfim, a experiência nesta oficina tem 
mostrado a importância da utilização de linguagens artísticas em trabalhos sociais. 
Notas 
1
 Este programa é voltado para a população idosa de Niterói, é inteiramente gratuito, reúne professores e alunos de 
vários departamentos e está situado no prédio da Escola de Serviço Social. 
2
 Augusto Boal, diretor, dramaturgo e criador do Teatro do Oprimido, é conhecido no mundo todo. Para ele, o Teatro 
do Oprimido “é um sistema de exercícios físicos, jogos estéticos, técnicas de imagem e improvisações especiais, que 
tem por objetivo resgatar, desenvolver e redimensionar essa vocação humana” (BOAL, 1996b: 28-9), ou seja, a 
vocação teatral que pertence a todos. A atividade teatral se constituiria num “instrumento eficaz na compreensão e na 
busca de soluções para problemas sociais e interpessoais” (ibidem, 29). 
3
 NAMER, Gérard. Halbwachs et la mémoire sociale. Paris: L’Harmattan, 2000, p. 239. 
4
 ROBIN, Régine. La mémoire saturée. Paris: Éditions Stock, 2003, pp. 18-9. 
Bibliografia: 
AUZIAS, Claire. La mémoire est-elle disciplinaire? Penélope, Paris, n.12, p. 7-12, 1985. 
BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. 
 ____ O arco-íris do desejo. Método Boal de teatro e terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. 
CARASSO, Jean-Gabriel. Le cheval a-t-il mangé le cavalier? Les Cahiers Théâtre Education, Paris, n. 11, 
2002. 
CRUIKSHANK, Julie. Tradição oral e história oral: revendo algumas questões. In FERREIRA, Marieta & 
AMADO, Janaina.  Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 1998.

O TEATRO USADO COMO FERRAMENTA SOCIAL E TRANSFORMADORA DO SER CRIADOR

O teatro como ferramenta de transformação social

Identidade, arte, resistência, território, festa, dignidade, inter-culturalidade, são palavras que aparecem em um relato que percorre a história recente do Chile. Entrevista de Azkintuwe a Rodolfo Nome, diretor do Centro de Desenvolvimento Humano Karukinká.

“Eu abandonei há muitos anos a idéia do artista como fantoche e me aproximo mais à idéia do artista como saneador, como um mago, que organiza as forças para procurar a cura dos espaços que toca”, disse o diretor de teatro Rodolfo Nome, líder-parceiro da AVINA.

Em 1993 foi um dos criadores da Companhia de Teatro e Animação Infantil Pimpiriflauta de Temuko, que, através da linguagem cênica, busca contribuir para a sensibilização e o respeito pelos povos originários e fomentar uma atitude de convivência inter-cultural.

Em 2002 foi um dos impulsionadores do Centro de Desenvolvimento Humano Karukinká, que trabalha através de manifestações expressivas e criativas a identidade e a memória em comunidades cujos processos culturais estão debilitados. Nos anos 80, desde Arak Mapu, participou da resistência cultural à ditadura de Augusto Pinochet.
Fuente: Azkintuwe
Autor: Hernán Scandizzo

ORIGEM DO TEATRO NO MUNDO

A história do teatro se confunde com a história da humanidade. A arte de representar adveio das situações vividas pelo ser humano que, por culto, religiosidade, louvor, prestígio, entretenimento, registro, ou simplesmente pela pura expressão artística expressou seus sentimentos num mundo da fantasia muito parecido com um mundo real. O mundo evoluiu e a arte de se representar acompanhou essa evolução.

Passaram os séculos e os homens ali viveram, sobreviveram e exortaram, pelo viés da arte, a sua relação interpessoal, seu passado, seu futuro, seus medos, seus ideais, suas vontades e desejos. O teatro data desde o séc. VI a.C., mas, analisando melhor, há a possibilidade de o homem ter constituído um vínculo com essa arte bem antes do surgimento do teatro como cerimônia grega.

Os antepassados do homem sobrepujaram sobre uma terra hostil e suas descobertas estavam diretamente ligadas à sua sobrevivência. O homem-macaco, o elo perdido já praticava a arte da representação. Assim como o macaco faz bagunça, bate palmas, mostra os dentes, o homem pré-histórico já utilizava a arte de representar, em favor de seus deuses misteriosos, nos rituais de antropofagia, danças para o fogo ou para a chuva, na simples demonstração que o macho supremo deve fazer, impondo respeito diante dos outros machos estufando o peito e dando gritos de ordem... Ou seja, a representação de um personagem, a imitação de outro ser, como disse Aristóteles, “é uma prerrogativa do próprio homem”

O tempo foi essencial para o amadurecimento das idéias dos homens. A contribuição de gênios possibilitou que o homem embarcasse nas filosofias, num processo de criação que não parou. E assim, surgiu a história cronológica do teatro, que apresenta personalidades importantes para o crescimento dos conceitos e das filosofia humanas. Homens iluminados que se completaram, que juntos fizeram a história acontecer de forma fácil, veloz, onde e quando quiseram, mesmo com todas as barreiras impostas pelos homens estagnados e mesmo com todo o atraso da ciência e da tecnologia humana. 

origem da palavra "teatro"
  
A palavra "teatro" deriva dos verbos gregos "ver, enxergar" (theastai). Na Grécia antiga, os festivais anuais em homenagem ao deus Dionísio incluíam a representação de tragédias e comédias. A seguir, todos os papéis eram representados por homens, pois não era permitida a participação de mulheres. O espaço utilizado para as apresentações, em Atenas, era somente um grande círculo. Com o passar do tempo, o teatro grego se profissionalizou e surgiram os primeiros palcos elevados. Os escritores cuidavam de todas as etapas de produção de uma peça.

Teatro romano 
O teatro romano, influenciado pelos gregos, também foi se desenvolvendo, na mesma época, através de nomes como Plauto e Terêncio. Enormes tendas, com capacidade de abrigar quarenta mil pessoas, foram erguidas em Roma para as encenações. E foram os romanos que criaram a pantomima, que, por meio de música, era realizada por um ator mascarado que representava todos os papéis. 

O teatro e o cristianismo 
O teatro chegou a ser considerado uma atividade pagã por força do Cristianismo, o que prejudicou muito o seu desenvolvimento. Paradoxalmente, foi a própria Igreja que "ressuscitou" o teatro, na era da Idade Média, através de representações da história de Cristo. Enquanto isso, atores espanhóis profissionais trabalhavam por conta própria e recebiam patrocínio dos autores de comédia, através de festivais religiosos que eram realizados nas cortes da Espanha, com alta influência herdada das encenações italianas. 

Foi na Itália que surgiu o inovador teatro renascentista, provocando a bancarrota do teatro medieval. Este teatro dito humanista desenvolvido pelos italianos, influenciou decisivamente outras nações européias, por meio de caravanas realizadas por companhias de Commedia Dell'Arte. Outra novidade italiana foi a participação de atrizes, além das evoluções cênicas, com o advento da infra-estrutura interna de palco. Inglaterra e França "importaram" as mudanças italianas e incorporaram-nas em seus intrínsecos estilos teatrais, com destaque para Shakespeare e Molière, respectivamente. 

A evolução teatral 
A partir do século XVIII, acontecimentos como as Revoluções Francesa e Industrial, mudaram a estrutura de muitas peças, popularizando-as através de formas como o melodrama. Nessa época, em todo o mundo, surgiram inovações estruturais, como o elevador hidráulico, a iluminação a gás e elétrica (1881). Os cenários e os figurinos começaram a ser melhor elaborados, visando transmitir maior realismo, e as sessões teatrais passaram a comportar somente uma peça. Diante de tal evolução e complexidade estrutural, foi inevitável o surgimento da figura do diretor.

Bertold Brecht

Século XX

O teatro do século XX se caracterizou pelo ecletismo e quebra de tradições, tanto no "design" cênico e na direção teatral, quanto na infra-estrutura e nos estilos de interpretação. Podemos dizer, sob esse prisma, que o dramaturgo alemão Bertolt Brecht foi o maior inovador do chamado teatro moderno. Hoje, o teatro contemporâneo abriga, sem preconceitos, tanto as tradições realistas como as não-realistas.

Teatro americano

Na década de 20 adquiriu pela primeira vez características próprias, marcado pela reflexão social e psicológica, e começou a ser reconhecido em todo o mundo. Seu criador é Eugene O'Neill, influenciado por Pirandello.

Autores americanos - Além de Eugene O'Neill, destacaram-se Tennessee Williams, Clifford Oddets (A vida impressa em dólar), que retratou a Depressão, Thornton Wilder (Nossa cidade) e Arthur Miller com textos de crítica social; e Edward Albee que, em Quem tem medo de Virginia Woolf?, falou do relacionamento íntimo entre os indivíduos.

Eugene O’Neill (1888-1953), filho de um ator, nasceu em Nova York e passou a infância viajando. Durante a juventude percorreu os países do Atlântico durante cinco anos, a maior parte do tempo como marinheiro, experiência que foi utilizada na construção de seus personagens marginais. Em Estranho interlúdioO luto cai bem a Electra ou Longa jornada noite adentro, confunde os planos da ficção e da realidade e mergulha nos mecanismos psicológicos de seus personagens. Extremamente pessimista, mostrou o homem preso de um destino sem sentido - o que também o situou como um precursor do existencialismo. 

BIBLIOGRAFIA BRECHT, BERTOLD, Estudos Sobre Teatro. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978 
CIVITA, VICTOR, Teatro Vivo, Introdução e História. – São Paulo: Abril Cultural, 1976 
MIRALLES, ALBERTO, Novos Rumos de Teatro. – Rio de Janeiro: Salvat Editora, 1979 
SCHMIDT, MARIO, Nova História Crítica, Moderna e Contemporânea. – São Paulo: Editora Nova Geração, 1996 
BOAL, AUGUSTO, Teatro Para Atores e Não Atores. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998 
LAFFITTE, SOPHIE, Tchekhov. – Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1993 
ROBERTO FARIA, JOÃO, O Teatro na Estante. – São Paulo: Ateliê Editorial, 1998 
JANVIER, LUDOVIC, Beckett

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O PROJETO TEATRO ESTÁ NO PROJOVEM DE CHAPADINHA-MA

Dentro da proposta do Programa Projovem, fazemos um trabalho de socialização desses jovens adolescente, que as vezes não tem acesso a cursos de grande relevância, como o teatro. E Através do teatro procuramos desenvolver o poder da verbalização, do falar, melhorando a comunicação, e  trabalhando com suas próprias limitações e como supera-lás, frente ao mundo cada vez mas concorrido e dinâmico.  

O PROJETO TEATRO ESTÁ SEMPRE EM ATIVIDADE

Nesse começo do segundo semestre de 2011, estamos em projeto com o conseilho tutelar, a fim de implantar um projeto inovador em Chapadinha-MA .Não mas só da aula, mais sim formar 14 jovens para que possam em seus próprios bairros formar grupos teatrais, e gerar com isso grupos consistentes e bastante ativos dentro delas.Desta forma estaremos contribuindo e muito para a formação desses jovens. Esperamos que o resultado desse projeto, seja o esperado por todos.

domingo, 26 de junho de 2011

CURRICULO DO INSTRUTOR DE TEATRO

CURRÍCULO DO INSTRUTOR
NOME: Victor Hugo da Costa Leite
Carteira de Pré-sindicalização: SinjoPE (sindicado dos jornalistas Profissionais de Pernambuco)
Ator Profissional- Sated-PE
ESCOLARIDADE
SUPERIOR INCOMPLETO
CURSO-JORNALISMO
CURSOS
• III CONGRESSO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO PELO SISTEMA SEC/SENAC-PE;
• CURSO DE TEATRO ESPONTÂNEO
PELA FUNDARPE-GOVERNO DO ESTADO E SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA;
• VII FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL
CURSO: WORKSHOP: “O ATOR NARRADOR”;
• CURSO DE TEATRO INTENSIVO
DA CIA DE TEATRO OMOIOS;
• VIVER A CENA PRODUÇÕES
CURSO: OFICINA DE ATORES DE TV E VIDEO;
• FUNDARPE- ESPAÇO PASÁRGADA
CURSO: MESTRE DO JOGO EM AÇÃO HUMANOTECNOPOÉTICA;
• MEGA GENIUS CURSOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA
CURSOS CONCLUÍDOS: IMI, WINDOWS 98, WORD 2000, EXCEL 2000, PRINT ARTIST 4, INTERNET;
• CURSO INFORMÁTICA AVANÇADA
PROMOVIDO PELA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO;
• CURSO DE TELEMARKENTING
PROMOVIDO-PELO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL-SENAC;
• CURSO BASICO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL
REALIZAÇÃO PELA: MASTER BUSINESS CORPORATION.
ESTAGIOS, PALESTRAS E TRABALHOS
• TV NOVA NORDESTE-CANAL 22-OLINDA/PE
REALIZAÇÃO: PRODUTOR DO PROGRAMA NOVA ATITUDE, PELO PERIODO DE UM ANO;
• PREFEITURA DO RECIFE
REALIZAÇÃO-MINISTRANDO CURSOS DE TEATRO;
• FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA-FUNESO
REALIZAÇÃO: PALESTRANTE DO III ENCONTRO LITERARIO DA FUNESO-COM 3 HORAS DE DURAÇÃO;
• ÓTICA SÃO PAULO- NA PARTE DE MARKETING E DIVULGAÇÃO
CHAPADINHA-MARANHÃO
• CONSULTOR PARA EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE, COMO FOMENTAR UMA MAIOR QUALIDADE NO ATENDIMENTO, BEM COMO PROPORCIONAR UMA MELHOR VENDA.
INSTRUTOR DE TEATRO DA ASSOCIAÇÃO REAL BRASIL-CHAPADINHA-MA;

PROFESSOR DA SECRETARIA DE ASSISTENCIA SOCIAL-CHAPADINHA-MA 


OBS. Todas as informações contidas nesse currículo estão a titulo de comprovação e são todas verdadeiras. Pois disponho de certificados que compravam o mesmo.
Endereço: Rua Bentivi QA17 Bairro: Residencial Jose de Sousa Almeida
Bairro: Areal
Cidade: Chapadinha/MA
CEP: 65.500-000
Estado Civil: Casado
Telefone: (98)91526662-Victor Hugo
Email: projetoteatrovictor@gmail.com
Victor Hugo da Costa Leite

A ORIGEM DO PROJETO TEATRO, TUDO COMEÇA AQUI...

O Projeto Teatro tem como objetivo, desenvolver as artes cênicas das diversas esferas do conhecimento, buscando sempre difundir a cultura, o entretenimento, e a informação através de palestras, bem como cursos direcionados aos diversos segmentos. Com isso eu Victor Hugo da Costa Leite, venho promover, através do teatro. Um trabalho de comunicação que pode ser direcionado para todas as empresas tanto privadas, como para centros de educação, e formação profissional, bem como para associações, ongs, e universidades.
Devemos promover a cultura como um fator primordial da existência humana, e como um divisor de aguas frente a um sistema que só visa o lucro como fator final. Precisamos aproveitar mais o processo em si, do que propriamente ver os resultados imediatos. Então lhes pergunto, como: O Teatro Reverberá no Cenário Imidíatico Brasileiro? Devemos discutir esse tema, e sempre refutar a sócrates, quando diz: "Só sei que nada sei", devemos sempre estar perguntando o porque dos porques, e questionando o inquestionável. O teatro veio com o objetivo politico e critico e além de social de provocar sempre e a todo o momento. Quando falo provocar, falo exercer com a plateia, de forma a torna-lá, a par do que de fato está acontecendo com o contexto geral.
(autor) Victor Hugo da C. Leite